«Caminhar, acolher e sair»
Em Setúbal, a «Porta Santa» da Catedral foi a primeira a ser aberta no passado dia 13 de dezembro. Ali, depois da procissão pelas ruas da cidade, partindo da Igreja de São Julião, D. José Ornelas aspergiu e abriu a porta, presidindo, depois à Eucaristia.
O bispo de Setúbal, D. José Ornelas, presidiu, no passado domingo, à abertura da Porta Santa do Jubileu da Misericórdia na Catedral diocesana, e sublinhou, na homilia, que aquele foi um gesto simbólico que aponta para a verdadeira porta, que é Cristo, «caminho para a vida». Esta é uma «porta de esperança e alegria para a humanidade, para superar os males da degradação, da miséria, da injustiça, do ódio, da guerra, da morte», assinalou o Prelado.
O Bispo sadino destacou três palavras essenciais para este Ano da Misericórdia: caminhar; acolher e sair. Em primeiro lugar, assinalou, «a vida de cada pessoa é um caminhar pelo mundo, um caminhar para uma terra nova e definitiva e sair de si mesmo, para ir ao encontro de Deus, dos outros, da vida, da esperança».
Em segundo lugar, é necessário que cada um se deixe «acolher por Deus na sua bondade e no seu poder, descobrindo o seu rosto de misericórdia», mas que também acolha os outros. É preciso «assumir os outros, nas suas alegrias e tristezas, partilhar as suas dificuldades, estender a mão para aquele que precisa, dar as mãos, para celebrar e construir juntos», disse.
Finalmente, o convite é, também sair pela «Porta», para abraçar o mundo: «Esta é também uma Porta aberta para cada um de nós sair, para ser enviado ao mundo, como anúncio, como missão, para ir ao encontro daqueles que precisam, para as periferias da miséria, da injustiça, do isolamento, da corrupção, da desumanização e da falta de fé e de esperança».
«E eu, que devo fazer?»
Assim, cada um, diz ainda D. José Ornelas, vivendo a abertura desta Porta Santa em tempo de Advento, preparando-se para o Natal do Senhor, é convidado a questionar-se: «E eu que devo fazer?», sublinhando que a liturgia aponta caminhos muito claros.
«Temos que aceitar a misericórdia de Deus que renova o nosso coração; Caminhar na compreensão da nossa fé, em direção a Deus e aos irmãos; Encontrar os irmãos na fé e caminhar juntos na construção da nossa comunidade; Sair em direção ao mundo, com coração especialmente misericordioso para os que estão em necessidade, os excluídos, os que pensam diferente; e dar especial atenção à justiça, à retidão, ao serviço a que todos somos chamados».
Neste mesmo dia 13 de dezembro, e a pedido do Bispo diocesano, todas as paróquias da Diocese de Setúbal, abriram, solenemente, a porta das suas Igrejas, assinalando simbolicamente, a «Porta de Misericórdia» por onde todos são chamados a passar ao longo do próximo ano jubilar.
Anabela Sousa